quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Depois da tempestade... enfim, uma relativa bonança...

Quanto, da contagem das nossas horas, passamos com o rosto disforme apoiado nas mãos côncavas, enquanto o desespero toma os nossos olhos e as nossas emoções... quanto tempo choramos nós? Tanto quanto passamos a sorrir, ou até mesmo muito mais...


Mas já a sabedoria popular nos conta que "Depois da tempestade vem a bonança"

E tenha-se baseado este juízo numa experiência de vida, numa investigação ou até mesmo na sentença de alguém que apenas precisava de se tranquilizar perante a adversidade, certo é, que podemos aplicar este adágio, inúmeras vezes, ao nosso efèmero percurso de vida... E depois de tanto lutar, de tanto chorar, de tantas batalhas perdidas... eis que chega a tão ansiada bonança...

domingo, 18 de janeiro de 2009

"Road to nowhere"


O sol crestante reflecte no meu rosto, como fogo incandescente apontado para mim, e tento afastá-lo do olhar cerrado, com a sombra diminuta deste braço já cansado.
E o suor percorre o meu corpo à força de rios abundantes, corrente que não cessa enfim...

Detive-me neste caminho deserto, onde as plantas já não sorriem, os bichos já não se alegram e os Deuses já não mais me contemplam. Exausta observo o caminho que me conduz a lado nenhum... Inerte busco o paraíso onírico que julguei ver, mas que impiedosamente se desvaneceu para lá da quimera.
Derrotada, extenuada, cansada de sofrer... desisti... deixei-me sucumbir no meu próprio sofrimento e o vigor das lágrimas, a respiração arquejante e a lassidão forçaram-me ao chão.
Com o rosto ferido de tanto rastejar, parei... contemplo apenas o vazio, a fronteira entre o céu e a terra, que já não existe, e anseio que a noite solidária me venha buscar. Enquanto me desapego deste vulto que somente sou, olho para trás e vejo apenas um caminho tumultuoso e errante, que me trouxe o conhecimento de uma existência de alguém que não mais suporta tanto humanismo cerrado num corpo sufocante. E de tanto sentir e de tanto sofrer... as forças esgotaram-se enfim...

No caminho que tracei já tudo é nada - nada é trilho, tudo errâncias e nenhumas as certezas... aceito agora qualquer desígnio... fiquei suspensa num mundo que roda sobre si mesmo e nada do meu se move em favor a mim. E anseio apenas que "o que for meu a mim venha", porque nada mais destes punhos reflecte luta, a não ser a travada no passado.

Sucumbi a todas as batalhas perdidas... fecho-me então no dia em que larguei os sonhos, o ânimo, a força e a razão.
Fechei os olhos por fim... na esperança de, neste corpo, a minha existência não mais tornar a mim...


Imagem de autor desconhecido
"Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme"
Lisbon Revisited, Fernando Pessoa

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Orfeu Rebelde"


Não há muito para fazer, as actividades esgotam-se quando não podemos fazer muito mais do que esperar que um destino que se concretize.

Que me valha a música e os seus cada 5 minutos de evasão total, que me transportam, num ápice, deste meu pequeno recanto, até à lua ou mais além.

Ando viciada numa música "
Televators", dos Mars Volta. Um pouco EMO, como aliás, tenho vindo a achar a música desta banda (mas sem um profundo conhecimento de causa), mas muito viciante, partilho-a aqui.


E já que se fala em formas de arte, ando a ler "O ano da morte de Ricardo Reis", no entanto, não com o entusiasmo que queria... Mas anda um livrinho (recente prenda de Natal) a piscar-me o olhito, lá da prateleira: "As aventuras de Alice no país das maravilhas" e "Alice do outro lado do espelho", do Lewis Caroll, numa edição de capa dura, com ilustrações e dois em um, isto é, as duas aventuras num só livro com duas faces, muito engraçado. Ainda não li, mas quando fizer, dou o meu parecer.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Onde o Sol nasce para mim...


Caminhei, caminhei até ficar exausta...

Olhei para trás e vi então a marca das pegadas que deixei na areia serem apagadas à força de um mar revolto, que com a mesma fúria com que venci obstáculos, mos voltou a tirar. Das pegadas que deixei, ficou a memória, marco agora um novo caminho, mais sóbrio, mais realista, mas mais incerto e tumultuoso.

Os obstáculos sobrepõem-se e a força evapora-se naquele céu torturado. Roubaram-me a bagagem que trazia comigo e aconselharam-me a caminhar vazia, a procurar um novo horizonte, diferente daquele para que todos correm e onde o sol se põe. Disseram-me, quando perdi o meu rasto de migalhas, para procurar a linha onde o sol se ergue...

Onde foi o tempo que deixei para trás?
Levaram-mo, restam-me apenas as memórias, as lições e as regras que não devo esquecer-me, agora é só buscar o local onde o sol nasce para mim, o local onde posso encontrar um novo tempo, para que possa realmente ser feliz!

Que este novo ano vos pemita encontrar o(s) local/locais onde o sol nasce para cada um de vós!

Feliz 2009!