domingo, 26 de setembro de 2010

Sempre a garantia do do inequívoco

Um céu amargurado, uma noite fria e a sensação iminente de que não somos infalíveis. A vulnerabilidade da alma humana, o sentimento de que não estamos sós mas percorremos o caminho sozinhos. A certeza de que somos donos e senhores do nosso destino mas igualmente a de que alguém vai traçando os atalhos que tomamos nas nossas decisões.

Sempre os pensamentos que nos consomem e que nos fazem olhar os dias e as noites como sucessivos sacrifícios, sempre necessários, para que o amanhã exista. A eterna monotonia da indecisão e do indefinido que nos faz entrelaçar os raciocínios e torna-nos mártires nos nossos próprios destinos. A garantia de que nunca saberemos como será o dia seguinte e a ironia da certeza do conceito: amanhã!



"Destiny", by theparadox
Fonte: http://browse.deviantart.com/photography/?q=destiny#/ds4s7o

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nos meandros da educaçao nacional

Sei que o meu pequeno blog pouco ou nada visitado não terá um grande impacto na actual situação do ensino em Portugal, no entanto, cabe-me fazer algumas reflexões que julgo deveras importantes:

1. Ofertas de Escola e afins...
Não poderia ter sido dado um nome tão conveniente a esta plataforma como "oferta", porque de facto são dádivas quase que natalícias, mas claro que não oferecemos presentes a desconhecidos. Portanto, oferecemos prendas ao primo, ao marido, à amiga da prima, etc. Assim, vemos pessoas com uma graduação profissional miserável, sem dias de serviço e mais novas que muitos outros, a tomarem as diversas vagas lançadas por estes dias pelas escolas/agrupamentos TEIP. Acho inclusivamente flagrante que escolas que lançaram 5 ou mais vagas, analisem as candidaturas e decidam os candidatos em menos de 2h. Deve apenas realçar que ainda há escolas que mantêm a idoneidade, como é o caso do Agrupamento Rodrigues de Freitas, no Porto, que fez a análise dos candidatos durante um período temporal significativo e seleccionou pessoas que de facto estariam no topo das listas.

2. As Bolsas fantasma
Fala-se acerca de Bolsas de Recrutamento para aqui e para acoli, mas ninguém sabe quando as há, como serão ou se inclusivamente se algum de nós desgraçados poderá vir a ser colocado numa delas até o fim de Dezembro.

3. O estado falacioso de paz relativa das escolas
Os media, de uma forma geral, têm passado uma ideia totalmente falaciosa de que o ano lectivo que agora se inicia está a correr às mil maravilhas, resta apenas saber porque muitas escolas se queixam com a falta de professores e de horários que foram lançados e que ainda não viram a luz do dia a concurso. Quem sofre? Não só os professores que ainda se encontram parados, mas também os alunos, que mais do que sempre, se encontram a frequentar escolas onde tudo é um maquinismo acelerado, como se de máquinas de fazer protótipos de gente se tratassem.

5. Nem tudo o que é dito o é...
Quando pensava que não actualizaria mais este post, cai na realidade. Dia 17 sai a BR02 e eu recebo uma sms informando-me que havia sido colocada. Convicta de que os horários seriam anuais, não imaginam a euforia, os telefonemas, as sms a informar os mais queridos. Chegando a casa, diante do PC, aceito, obrigada uma colocação temporária pelo período de um mês. Era Sexta-feira, depois das 19h30m, não havia volta a dar, ou aceitávamos na esperança que o mês seja mais alargado, ou não aceitávamos e éramos retirados da bolsa, pois na 2.ª feira, o prazo da aceitação electrónica já teria expirado. Situações hipotéticas: fui colocada no penúltimo horário temporário para o meu grupo, na minha última preferência, caso a bolsa fosse apenas para horários anuais como a DGRHE informou, não seria uma candidata a um horário anual? Quantos de nós não ficaram nesta situação? Quantos candidatos menos graduados ficarão em horários anuais na próxima bolsa e terão possibilidade de recondução no próximo ano lectivo? Não se trata apenas de injustiças, mas de um desrespeito pela classe e pela ética laboral que nos devia reger a todos! E, por fim, um desrespeito pela nossa condição humana, porque quem recebeu a sms na 6.ª como eu, julgou, tal como eu que havia ficado, pela primeira vez num horário anual e quando deparado com a realidade, a revolta, a agonia e a sensação de injustiça tomou conta de nós.
Toda a política do Governo anual relativamente à Educação, é apenas uma proletarização da mesma: somos máquinas avaliadas anualmente, na hipótese de se detectarem avarias, somos máquinas de moldar alunos, somos máquinas de produção massiva de alunos pseudo-bem formados... E tal como máquinas, não somos programados para sentir, para reflectir, para pensar ou agir de livre arbítrio. Entristece-me profundamente saber que a aparente evolução da nossa sociedade não é positiva, convenhamos que até os clássicos sabiam que: A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida e caso os senhores deputados da Assembleia da República não saibam, um dos mais importantes pilares da educação, é o Professor... Pessoalmente, adoro o que faço, quando estou a trabalhar, quase me esqueço de todas estas contrariedades por quais passamos no início de cada ano, mas cada dia que passa, me apetece citar uma colega: "Para que é que não fui para florista?" :)

domingo, 12 de setembro de 2010

Razão da inércia

Por que hás-de pensar que um sussurro vale mais que uma palavra?

Por que hás-de pensar que um gesto lento vale mais que uma luta?

Por que achas que a tua inércia é mais cómoda que cada gesto meu cansado?

Por que afirmas que não poderás mudar o mundo, quando sozinhos operamos a mudança?

Por que julgas que cada gesto teu não poderá alterar a ordem, quando cada movimento meu altera o que me rodeia…?

Como deixamos que as nossas bocas se calassem e os braços tombassem assim?

Porque ao humano serve a facilidade de deixar que os outros regulem os passos que o conformismo travou.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hoje é assim...

Olhar o medo de frente, ver as horas passarem num relógio sem ponteiros, aguardar que possamos tocar as estrelas naquele céu cinzento, esperar impacientemente pelo dia que teima em não nascer e tocar de longe, apenas de longe, os sonhos que se repetem sem qualquer concretização...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Música para enfrentar o mundo

Graças às tecnologias e às nossas tão polémicas redes sociais, é-nos possível, actualmente, trocar informações em razões de segundos... Graças ao Facebook e ao David Santos, pude conhecer um som muito interessante e que nestes dias, passados sozinha, alentam bastante a alma... a arte do inefável tem desses poderes e não quero deixar de o partilhar...

O amanhã que nunca chega

O tempo suspenso, neste meu quarto... Olho por entre as frinchas desta janela que se impõem à minha frente, a luz intermitente obriga-me a semicerrar os olhos que ainda vislumbram o mundo que se move e eu, aqui, inerte. Deixo-me ficar, no quarto onde as horas simplesmente se recusam a passar. Olho o infinito dessa minha minha janela e inconscientemente deixo-me viajar... recordo o passado e refaço cem vezes o meu futuro... Resultado de hipóteses e de equações que desconheço, penso: "E se...? E se tudo fosse diferente? Como seria o meu passado? Como viveria eu o presente? E que futuro se reserva para mim?" Para esta última, nenhum de nós conhece resposta... Mas ditam os sábios que vivamos cada dia como se fosse o último... Mas sinto-me sempre como se vivesse o penúltimo... porque aguardo, incessantemente, o amanhã que nunca chega...



Fonte da imagem: http://outtheway.blogspot.com/2007/06/magnified-objects-photographs-of-hermin.html