Sempre que se mexe no quotidiano dos trabalhadores em geral, gera-se o caos... A greve dos transportes não foi excepção. Nestes últimos dias, sempre que saía de casa, mais do que atempadamente para não encontrar muitos "chico-espertos" transgressores de regras, que apesar de não existirem escritas em lado nenhum, acredito que existem e teimo em impô-las, porque me irrita profundamente o sono matinal, gente que sobe ao viaduto da A44 e torna a entrar na auto-estrada e se julga digno de o fazer sem ceder passagem.
Mas, adiante, esta semana (olvidada da questão dos transportes), saía de casa e pensava: "Xiii, tantos carros na rua! Julguei que só ia para o trabalho a esta hora gente masoquista!" Mas lá seguia a minha viagem, até que via carros em desordem total, gente que dava piscas para um lado e virava para o outro, carros que me apareciam caídos do céu certamente, gente desgrenhada em frente ao volante como se não fosse normal este hábito madrugador, crentes que "comem" literalmente duas vias de trânsito, um homem que deixa o carro "ir abaixo" na auto-estrada, e um outro que faz o mesmo num total de 4 vezes ao estacionar o carro num lugar onde seguramente cabiam dois carros... vá, dois e meio. Pensei cá para comigo: "Xiiiiii, parece Domingo!" E depois de uma breve epifania (Ei, greve dos transportes) e de um soligismo sofocliano:
Gente que não sabe andar de carro anda de transportes públicos
Há greve nos transportes públicos
Logo os aselhas saem à rua...
Explicado o mistério, continuei as minhas viagens diárias tentando escapar ao maior número de mulheres entaladas no volante, homens desgrenhados, carros a 50km/h e condutores com problemas de orientação espacial e lateralidade, que insistem em ocupar duas faixas no meio da indecisão.
E no meio de todo este caos, pensar positivo é lembrarmo-nos que, apesar de tudo, não vi carros virados do avesso.
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