Sinto saudades dos tempos em que corríamos incessantemente por essa areia pura, amiga desse mar repleto de ondas num vaivém frenético. Olhávamos para trás observando, sôfregos ainda, o itinerário complexo que marcáramos e que as ondas ainda não haviam apagado. Oiço o som daquele mar ondulante, bravo e selvagem, como outrora fomos, e na minha mente apenas ecoam as gargalhadas dos tempos em que realmente éramos felizes. A liberdade apossara-se de nós e medo algum nos intimidaria de tomar as decisões que hoje nos parecem tão difíceis e insolúveis.
Quero tornar a deixar os meus pés descalços tocarem essa areia pura, quero voltar a sentir que a leveza do que somos e a pureza que nos preenche é suficiente para habitarmos este planeta que nos acolheu nús e vazios de todos os preconceitos que hoje nos corrompem.
Quero acreditar que o amor que sentimos é mais que suficiente para podermos ignorar os vícios que nos tomam e que nos obrigam a sermos vulgares, iguais a todos os outros, indiferentes e dependentes de todas as convenções que nos rodeiam, e voltarmos a ser assim... verdadeiramente livres... apenas nós... sermpre e unicamente tão especiais...
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