Naquela rua vazia e soturna, fecham-se as persianas das almas, com gente lá dentro. Aprisionam-se dentro de si mesmas, sem que entre sequer um raio de luz, uma palavra isolada, um silêncio enternecedor, ou um ruído gritante. Fecharam-se as portadas das almas das gentes daquele mundo sombrio que começo a conhecer. Agrilhoaram-se os portões intemporalmente, trancaram-se as portas eternamente, serraram-se janelas apenas com espaços suficientes para adivinhar o rumor de quem passa. Acelero o passo até casa, arrebata-me a ansiedade do que desconheço e do que me possa roubar a integridade que me tornou indivíduo. Chego a casa, tranco as portas, engulo a chave, fecho as persianas e deixo a portada da janela do quarto semiaberta, para deixar entrar a luz, para estar atento ao que passa e para que, neste espaço alheado, não me aliene eu também…
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
As persianas da alma
Naquela rua vazia e soturna, fecham-se as persianas das almas, com gente lá dentro. Aprisionam-se dentro de si mesmas, sem que entre sequer um raio de luz, uma palavra isolada, um silêncio enternecedor, ou um ruído gritante. Fecharam-se as portadas das almas das gentes daquele mundo sombrio que começo a conhecer. Agrilhoaram-se os portões intemporalmente, trancaram-se as portas eternamente, serraram-se janelas apenas com espaços suficientes para adivinhar o rumor de quem passa. Acelero o passo até casa, arrebata-me a ansiedade do que desconheço e do que me possa roubar a integridade que me tornou indivíduo. Chego a casa, tranco as portas, engulo a chave, fecho as persianas e deixo a portada da janela do quarto semiaberta, para deixar entrar a luz, para estar atento ao que passa e para que, neste espaço alheado, não me aliene eu também…
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