Quero estar só
Que nem árvore centenária
Eternamente selada ao solo de que se alimenta e acha seguro...
Ficar inerte,
Como gente transparente
Translúcida aos olhos de quem passa!
Ficar presa ao meu silêncio
Encurralada na cela
Que eu própria criei!
Vou ficar por detrás da porta
Daquela que foi cerrada com a parede
Que, em devaneio, levantei!
Vou alienar-me dos meus sentidos,
não reconhecer o mundo
que, a minha alma, esmaga e trespassa.
Vou fugir, sem me mexer...
Vou-me esconder aos olhos de uma multidão...
Vou ver o mal, sem me compadecer...
Vou ser Deus dos meus sentidos...
Deus ainda da emoção
dos sentimentos sofridos...
Que ainda que isolada, me arrebatam o coração...
A. Rocha
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