A chuva cai lá fora em compasso desenfreado, aflita escorre nas janelas dos prédios antigos, tal qual lágrimas abundantes.
Olho, contemplo... paro, na imensa agitação dos que correm lá fora, na pressa de procurar um abrigo... E o abrigo só lhes interessa naquele preciso momento em que a chuva teima em não cessar... assim que as nuvens se tanquilizam, no seu pesar, retomam as gentes o seu passo na calçada.
À medida que contemplo, sou capaz de nos rever, pobres seres, naquelas acções... Como somos pobres de espírito por vezes!
Numa altura em que o descrédito pela humanidade cresce, olho aqueles interesses frios, como que iguais às nossas passagens... Somos pobres, interesseiros, mesquinhos... Procuramos apenas o interesse e é essa razão do valor que empenhamos nas coisas ou nas pessoas que, infelizes, atravessasm o nosso caminho.
É portanto proporcional ao interesse, o valor das pessoas que tomamos na nossa presença... sendo que, como é óbvio... assim findos os nossos interesses, seguimos a caminhada... tal qual o pobre desabrigado renuncia ao abrigo assim que a chuva cessa...
Usados... usados se sentem esses abrigos, cansados da passagem de todos os que insitem em deixar nódoas e que, céleres partem, deixando para trás aquele cuidado...
Sê gentil, toma no teu peito todos os que te dão refúgio e não te evadas ferindo os que te querem...
Evitar o mal, fazer o bem, desapego e cultivar a mente = Fim do sofrimento
Nirvana
To far away... :(
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