Para lá da varanda
que inerte habitas
existe um mundo farto
que insistes em ver de longe...
Lá, donde vieste
As ondas retombam
os olhos estagnam
e o tempo emudece.
Para lá desse teu mundo
As areias movem-se
correntes te agrilhoam
Olhares te rasgam.
Lá, donde vens
Não há passagem das horas
Há braços que te apertam
Olhares que te amam.
Para lá do mundo que habitas
As gentes acotovelam-se
As rotinas repetem-se
a humanidade urge.
Lá, donde vens
Não há rostos soturnos
O cizentismo é insólito
e a escuridão cessou.
Lá, donde vens
Não se pisam as gentes,
Não se atacam os bichos
... não se vertem lágrimas...
Lá, donde vens, também eu gostava de ter vindo...
Mas para lá desse horizonte,
Aos nossos olhos, o mundo é findo...
A. Rocha.
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