sábado, 30 de julho de 2011

Incerteza do inequívoco

Passam-se horas e tempos dos mais infinitos, enquanto penso na incerteza desses inequívocos que pautam as nossas vidas tão insignificantes e vulneráveis aos olhos de um Deus maior…
A incerteza do inequívoco da morte, que decorre entre a hora em que nascemos para este mundo medíocre até à hora em que definhamos nesse leito, nem sempre tão honroso.
A incerteza do inequívoco do destino que alguém tece, a certeza de que basta estarmos vivos para que o destino se concretize numa razão aleatória e sincrónica.
A incerteza do inequívoco de um percurso, construído à força de um misto de decisões impensadas e de outras reflectidas.
Incerteza do inequívoco de um percurso tumultuoso, do surgimento de obstáculos, de lutas desmedidas de inimigos hercúleos, de dias cinzentos, de tempestades tortuosas, de ventos dissonantes, de destinos errantes…
Quanto de mim não queria só ser certezas de todo o inequívoco e inquestionável… Saber quando e onde enfrentarei a tempestade, reconhecer o inimigo, preparar-me para as batalhas e permanecer, estagnada, no tempo das doces horas, das doces passagens…


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fio de luz

A cada dia que o céu cai sobre nós cinzento
Um fio de luz... um ténue fio de luz
transporta a esperança que o nosso coração
já rejeita e não mais conduz.

A cada dia que o céu cai sobre nós negro
Um fio de luz... um imperceptível fio de luz
faz correr toda a temperança
que a nossa alma
já cansada, já não seduz...

Quando o céu cai cerrado sobre nós
Um fio de luz... Aquele fio que já não mais ofusca
Transporta tudo o que de nós parte
E o vazio desta eterna busca...