domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais uma sugestão...

Hoje, depois de meses de pura abstenção da diversão que julgo, na minha idade, ser não só útil, mas também saudável, fui ao cinema... Pipocas, a doce da coca-cola e companhia muito agradável e o filme "Due Date". Uma comédia no mínimo, hilariante, risos consecutivos e uma série de factos desastrosos, associados a muito boas performances de Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis. O filme "The Hangover", do mesmo realizador, já tinha feito as minhas delícias e este não ficou atrás, porque, para além dos momentos jocosos, trespassa ainda uma mensagem relativamente às relações humanas e à amizade baseada na tolerância (ao máximo). Num momento em que a crise afecta, não só, as nossas carteiras, como o nosso humanismo, vale a pena sorrir e pensar com este filme, aconselho vivamente.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Jogo do tempo

É sempre assim: os bons momentos desvanecem-se em razões de segundos. Não sei se será por estarmos tão ocupados com a nossa felicidade e paz interior, que o tempo nos engana como um engodo do destino e torna aqueles momentos tão efémeros. Os sorrisos quase invisíveis, as palavras voláteis e os nossos sentimentos fugazes, não porque os tenhamos descurado em algum momento, mas porque empenhamos muita da nossa força em vivencia-los da melhor forma... E assim, quando somos ludibriados pela ampulheta, sabemos que outrora já fomos felizes.

Por um mês e meio, ainda que curto, nenhuma das horas foram contadas minuciosamente e os momentos avulsos repetem-se agora na minha mente.. .o tempo enganou-me, certo é, foi fugaz a experiência, mas permanece imutável na minha recordação. Obrigada a todos e as felicidades que me desejaram, desejo em dobro para cada um de vós, principalmente para os meninos da UAEM.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

...

Quantos de nós sentimos a voz de um Deus menor ecoar nos nossos pensamentos
Quantos de nós não vemos o sangue esvair das nossas veias
Quantos de nós não sentimos o coração pulsar no relevo do peito e nas artérias jusantes
Quantos de nós não sentimos já a vida por um fio...?

sábado, 2 de outubro de 2010

Só me apetece citar....

"Serei sempre o que não nasceu para isso;

Serei sempre só o que tinha qualidades;

Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,

E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,

E ouviu a voz de Deus num poço tapado..." (F. Pessoa)


domingo, 26 de setembro de 2010

Sempre a garantia do do inequívoco

Um céu amargurado, uma noite fria e a sensação iminente de que não somos infalíveis. A vulnerabilidade da alma humana, o sentimento de que não estamos sós mas percorremos o caminho sozinhos. A certeza de que somos donos e senhores do nosso destino mas igualmente a de que alguém vai traçando os atalhos que tomamos nas nossas decisões.

Sempre os pensamentos que nos consomem e que nos fazem olhar os dias e as noites como sucessivos sacrifícios, sempre necessários, para que o amanhã exista. A eterna monotonia da indecisão e do indefinido que nos faz entrelaçar os raciocínios e torna-nos mártires nos nossos próprios destinos. A garantia de que nunca saberemos como será o dia seguinte e a ironia da certeza do conceito: amanhã!



"Destiny", by theparadox
Fonte: http://browse.deviantart.com/photography/?q=destiny#/ds4s7o

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nos meandros da educaçao nacional

Sei que o meu pequeno blog pouco ou nada visitado não terá um grande impacto na actual situação do ensino em Portugal, no entanto, cabe-me fazer algumas reflexões que julgo deveras importantes:

1. Ofertas de Escola e afins...
Não poderia ter sido dado um nome tão conveniente a esta plataforma como "oferta", porque de facto são dádivas quase que natalícias, mas claro que não oferecemos presentes a desconhecidos. Portanto, oferecemos prendas ao primo, ao marido, à amiga da prima, etc. Assim, vemos pessoas com uma graduação profissional miserável, sem dias de serviço e mais novas que muitos outros, a tomarem as diversas vagas lançadas por estes dias pelas escolas/agrupamentos TEIP. Acho inclusivamente flagrante que escolas que lançaram 5 ou mais vagas, analisem as candidaturas e decidam os candidatos em menos de 2h. Deve apenas realçar que ainda há escolas que mantêm a idoneidade, como é o caso do Agrupamento Rodrigues de Freitas, no Porto, que fez a análise dos candidatos durante um período temporal significativo e seleccionou pessoas que de facto estariam no topo das listas.

2. As Bolsas fantasma
Fala-se acerca de Bolsas de Recrutamento para aqui e para acoli, mas ninguém sabe quando as há, como serão ou se inclusivamente se algum de nós desgraçados poderá vir a ser colocado numa delas até o fim de Dezembro.

3. O estado falacioso de paz relativa das escolas
Os media, de uma forma geral, têm passado uma ideia totalmente falaciosa de que o ano lectivo que agora se inicia está a correr às mil maravilhas, resta apenas saber porque muitas escolas se queixam com a falta de professores e de horários que foram lançados e que ainda não viram a luz do dia a concurso. Quem sofre? Não só os professores que ainda se encontram parados, mas também os alunos, que mais do que sempre, se encontram a frequentar escolas onde tudo é um maquinismo acelerado, como se de máquinas de fazer protótipos de gente se tratassem.

5. Nem tudo o que é dito o é...
Quando pensava que não actualizaria mais este post, cai na realidade. Dia 17 sai a BR02 e eu recebo uma sms informando-me que havia sido colocada. Convicta de que os horários seriam anuais, não imaginam a euforia, os telefonemas, as sms a informar os mais queridos. Chegando a casa, diante do PC, aceito, obrigada uma colocação temporária pelo período de um mês. Era Sexta-feira, depois das 19h30m, não havia volta a dar, ou aceitávamos na esperança que o mês seja mais alargado, ou não aceitávamos e éramos retirados da bolsa, pois na 2.ª feira, o prazo da aceitação electrónica já teria expirado. Situações hipotéticas: fui colocada no penúltimo horário temporário para o meu grupo, na minha última preferência, caso a bolsa fosse apenas para horários anuais como a DGRHE informou, não seria uma candidata a um horário anual? Quantos de nós não ficaram nesta situação? Quantos candidatos menos graduados ficarão em horários anuais na próxima bolsa e terão possibilidade de recondução no próximo ano lectivo? Não se trata apenas de injustiças, mas de um desrespeito pela classe e pela ética laboral que nos devia reger a todos! E, por fim, um desrespeito pela nossa condição humana, porque quem recebeu a sms na 6.ª como eu, julgou, tal como eu que havia ficado, pela primeira vez num horário anual e quando deparado com a realidade, a revolta, a agonia e a sensação de injustiça tomou conta de nós.
Toda a política do Governo anual relativamente à Educação, é apenas uma proletarização da mesma: somos máquinas avaliadas anualmente, na hipótese de se detectarem avarias, somos máquinas de moldar alunos, somos máquinas de produção massiva de alunos pseudo-bem formados... E tal como máquinas, não somos programados para sentir, para reflectir, para pensar ou agir de livre arbítrio. Entristece-me profundamente saber que a aparente evolução da nossa sociedade não é positiva, convenhamos que até os clássicos sabiam que: A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida e caso os senhores deputados da Assembleia da República não saibam, um dos mais importantes pilares da educação, é o Professor... Pessoalmente, adoro o que faço, quando estou a trabalhar, quase me esqueço de todas estas contrariedades por quais passamos no início de cada ano, mas cada dia que passa, me apetece citar uma colega: "Para que é que não fui para florista?" :)

domingo, 12 de setembro de 2010

Razão da inércia

Por que hás-de pensar que um sussurro vale mais que uma palavra?

Por que hás-de pensar que um gesto lento vale mais que uma luta?

Por que achas que a tua inércia é mais cómoda que cada gesto meu cansado?

Por que afirmas que não poderás mudar o mundo, quando sozinhos operamos a mudança?

Por que julgas que cada gesto teu não poderá alterar a ordem, quando cada movimento meu altera o que me rodeia…?

Como deixamos que as nossas bocas se calassem e os braços tombassem assim?

Porque ao humano serve a facilidade de deixar que os outros regulem os passos que o conformismo travou.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hoje é assim...

Olhar o medo de frente, ver as horas passarem num relógio sem ponteiros, aguardar que possamos tocar as estrelas naquele céu cinzento, esperar impacientemente pelo dia que teima em não nascer e tocar de longe, apenas de longe, os sonhos que se repetem sem qualquer concretização...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Música para enfrentar o mundo

Graças às tecnologias e às nossas tão polémicas redes sociais, é-nos possível, actualmente, trocar informações em razões de segundos... Graças ao Facebook e ao David Santos, pude conhecer um som muito interessante e que nestes dias, passados sozinha, alentam bastante a alma... a arte do inefável tem desses poderes e não quero deixar de o partilhar...

O amanhã que nunca chega

O tempo suspenso, neste meu quarto... Olho por entre as frinchas desta janela que se impõem à minha frente, a luz intermitente obriga-me a semicerrar os olhos que ainda vislumbram o mundo que se move e eu, aqui, inerte. Deixo-me ficar, no quarto onde as horas simplesmente se recusam a passar. Olho o infinito dessa minha minha janela e inconscientemente deixo-me viajar... recordo o passado e refaço cem vezes o meu futuro... Resultado de hipóteses e de equações que desconheço, penso: "E se...? E se tudo fosse diferente? Como seria o meu passado? Como viveria eu o presente? E que futuro se reserva para mim?" Para esta última, nenhum de nós conhece resposta... Mas ditam os sábios que vivamos cada dia como se fosse o último... Mas sinto-me sempre como se vivesse o penúltimo... porque aguardo, incessantemente, o amanhã que nunca chega...



Fonte da imagem: http://outtheway.blogspot.com/2007/06/magnified-objects-photographs-of-hermin.html

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Binómio da morte

Entrei naquela porta, esfreguei quantas vezes pude os olhos perante visão tão aterradora: três mulheres fiando a vida dos Homens. Congratulam-se com a ideia de que podem construir e destruir a vida humana como um castelo de cartas. As gargalhadas que ecoam abafam os choros vindos do fuso... Ao longo daquela linha que teciam, ouve-se um rumor inebriante de vozes que se misturam e tecem a felicidade, o sofrimento, a esperança que laçam o fio que para cada um é construído e que marca todos os aqueles que nele se entrelaçam... mas quando a menos se espera, aquela que segura a tesoura corta aquele fio que julgara tão curto entoa... "chegaste cedo mortal...?!"

Imersa num mar de gente, olha de soslaio a cada passo incerto que dá... Pergunta, na dúvida que alguém lhe responderá de volta, pelos rostos que havia perdido no meio do rumor. Do nada, tanto eram muitos, como perdidos na multidão, passaram a ser poucos, imersos num bando de gente sem cara. Mudos, resguardados no silêncio que os tomou, grita pelos nomes que já nem mesmo se recorda como se pronunciam e nem um silêncio apaziguador recebe de volta... Tenta reconhecer algum rosto... mas já não consegue arrancá-los da sua memória... largou as mãos que em força tentara conservar e não sabe mais como retoma-las... Perdeu-as? Roubou-as o destino?


À medida que o tempo passa, que as contingências da vida adulta nos levam à exaustão inadiável, os amigos que vão permanecendo, são aqueles que, invariavelmente, nos querem bem. Acomodamo-nos à segurança de amizades tão maduras, que descuramos e tomamos por garantida a presença deste entes queridos. A verdade é que, não tarda, as tristes Parcas nos pregam uma partida e quase nos arrebatam, dos nossos caminhos, aqueles que mais prezamos. Num ápice, em razão de segundos, aquela presença que tomámos por garantida, desvanece, torna-se viva apenas na nossa memória e nada podemos fazer para recuperar os momentos que por algum cansaço ou azáfama, se perderam... Por isso, na iminência de perder alguém, afirmo: valorizem cada momento e cada pessoa que ocupe um espaço especial nos vossos corações, e valorizem cada um desses instantes como se do último se tratasse... nunca se sabe se não haverá amanhã... Ainda bem que hoje, esse amanhã existe para ti, para nós...



Salvador Dali - O cavaleiro da Morte (http://www.mestresdapintura.com.br/loja/cavaleiro-da-mortesalvador-dali-p-2356.html?osCsid=2067b4106291ba9a2d3d9a9b70c2d001)

Ao Pedro...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ajudem-se mutuamente

Ajudem-se uns aos outros! Neste mundo de atropelos, de luta pelos seus objectivos individuais, aquela afirmação parece ser mais absurda e simultaneamente urgente... De que vale pautar a vida pelos seus próprios objectivos, quando não há ninguém a aplaudir-nos na primeira fila?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

State of love and trust

Há sensações que nos movem e demovem, que nos tocam no mais fundo de nós, no âmago da alma que transportamos. Não sabemos bem explicar, uns chamam-lhe intuição, outros sensibilidade... mas há de facto acontecimentos que nos fazem sentir felizes por sermos humanos, por estarmos vivos e despertos, acontecimentos esses que nos conduzem ao mais profundo pensamento: sim, efectivamente, o humano é um animal sem escrúpulos, mas há ainda os que transportam com eles aquela réstia de emoção que nos une.

Isto tudo, porque foi tão bom, revigorante e até alentador assistir ao concerto destes senhores ao lado de uma pessoa muito especial! Made me feel alive!:)

Já passavam das 23h da noite de 10 de Julho quando, no recinto do Festival Optimus Alive, os Pearl Jam iniciaram uma sublime actuação. Entraram com "Release" e no meio de tantos êxitos entoados em uníssono (Eddie Veder afirmou: "You're the best singing crowd")como "Better man", "Black", "Daughter", houve ainda espaço para "Alive", "Why go", "Yellow leadbetter", "Smile" e algumas revisatações ao último albúm da banda, "Backspcer", entre outras.

A certa altura é, porém, anúnciada a dura verdade: os Pearl Jam farão uma pausa, fica então a memória dos momentos que nos trouxeram tanta felicidade, felicidade espontânea.:)












segunda-feira, 14 de junho de 2010

Andanças

Tem sido tão pouco o tempo que me resta para este pequeno luxo que é escrever neste espaço. Até me chega a entristecer o corropio da vida que nos toma e que não nos deixa tempo para sermos nós, para amarmos quem nos ama, para corrermos atrás daquilo que anseamos. Mas todo este corropio acaba por ser positivo também, valozrizamos muito o que fazemos, valorizamos o pouco tempo que nos resta, valorizamos os que amamos e o tempo que podemos dedicar a estes pequenos afazeres.

Pouco tenho falado, mas este ano já tive a oportunidade de assistir a um concerto memorável, o dos Metallica, no Parque das Nações. Foi muito bom de facto e apesar da idade / experiência, nada deixaram a desejar, desde a musicalidade até à voz de James Hetfield e a presnça de todos em palco que tiveram de se desdobrar num palco "360º". Esta foi a primeira vez que tive oportunidade de assistir a um concerto neste recinto e esse foi o único aspecto que deixou algo a desejar. A acústica é horrível e o facto de o palco ser redondo e os músicos se movimentarem pelo mesmo, só piorou a situação. Havia um eco constante que pertubava o decorrer do espectáculo.









No próximo fim-de-semana segue-se uma visita a Viseu, depois a presença já confirmada nos três dias dos festivais "Optimus Alive" e "Marés Vivas". Vou dando notícias.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Verdadeiramente livres

Sinto saudades dos tempos em que corríamos incessantemente por essa areia pura, amiga desse mar repleto de ondas num vaivém frenético. Olhávamos para trás observando, sôfregos ainda, o itinerário complexo que marcáramos e que as ondas ainda não haviam apagado. Oiço o som daquele mar ondulante, bravo e selvagem, como outrora fomos, e na minha mente apenas ecoam as gargalhadas dos tempos em que realmente éramos felizes. A liberdade apossara-se de nós e medo algum nos intimidaria de tomar as decisões que hoje nos parecem tão difíceis e insolúveis.

Quero tornar a deixar os meus pés descalços tocarem essa areia pura, quero voltar a sentir que a leveza do que somos e a pureza que nos preenche é suficiente para habitarmos este planeta que nos acolheu nús e vazios de todos os preconceitos que hoje nos corrompem.

Quero acreditar que o amor que sentimos é mais que suficiente para podermos ignorar os vícios que nos tomam e que nos obrigam a sermos vulgares, iguais a todos os outros, indiferentes e dependentes de todas as convenções que nos rodeiam, e voltarmos a ser assim... verdadeiramente livres... apenas nós... sermpre e unicamente tão especiais...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O que viste tu no teu caminho?

No reta final do caminho que nos restou para percorrermos juntos, as nossas palavras foram ficando cinzentas, as mãos ganharam espinhos e os corações mal ecoavam nos peitos que erguíamos como se fossem muralhas. O caminho foi ficando cada vez mais apertado e sinuoso... incapazes fomos de continuar a percorrê-lo juntos. Os olhares também mal se tocavam e fomos obrigados a escolher, cada um, o seu trilho... no meu, toquei as verdejantes ervas daquele campo que atravessei na ânsia de te encontrar no final. Vi as vidas resplandecerem naquela natureza inequivocamente bela, vi o brilho das águas que sobravam dos dias de chuva, em pequenas poças onde podia ver o meu reflexo. Caminhei incessantemente até o cansaço me tomar, tropecei vezes incontáveis sem me deixar porém demover. Ergui-me vezes sem conta perante os obstáculos que persistiam. Recolhi-me nos recônditos espaços para repousar o meu espírito inquieto por te rever... já não nos olhávamos como antes, já nem nos falávamos e a coexistência era pautada pela indiferença... Oxalá o caminho nos tenha transformado...
Corri o mais depressa que pude para te tornar a abraçar, mas no fim dos nossos trilhos, no passo em que julgávamos poder cruzar-nos, apenas encontrei as pegadas que deixaste para trás... Mas afinal, o que viste tu no teu caminho?

domingo, 30 de maio de 2010

Imaginarius

Depois de três anos a adiar a minha ida ao festival de teatro de rua de Santa Maria da Feira, este ano decidi ir e em boa hora, pois adorei! O meu intuito principal era assistir ao espectáculo itinerante do Teatro de Marionetas do Porto e não estou de nada arrependida, prometendo duplicar a dose para o ano, se o destino assim o permitir. E aproveito para deixar a sugestão para os que não tiveram oportunidade de o fazer este ano.
Este grupo trouxe-nos uma peça que tem lugar na Grécia. Perante um povo helénico em constante estado de guerra e maridos ausentes em defesa do país, as mulheres gregas decidem intentar uma greve de sexo que não foi bem recebida pelos seus recém-chegados maridos. O desenvolvimento é inesperado e sempre banhado de uma originalidade e até de alguma extravagância que deram um movimento ímpar à acção e que pode aproximar a crítica subjacente aos tempos difíceis que actualmente vivemos. Para além de todos estes aspectos, há ainda que realçar os avulsos recursos cénicos e a manipulação das marionetas, tão diferente da tradicional, mas muito interessante.

Aconselho vivamente





Fotos by me:)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A propósito do Papa

Só me tece citar a minha avó:

"Este Papa tem cara de pintainho!";)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Greve dos Transportes

Sempre que se mexe no quotidiano dos trabalhadores em geral, gera-se o caos... A greve dos transportes não foi excepção. Nestes últimos dias, sempre que saía de casa, mais do que atempadamente para não encontrar muitos "chico-espertos" transgressores de regras, que apesar de não existirem escritas em lado nenhum, acredito que existem e teimo em impô-las, porque me irrita profundamente o sono matinal, gente que sobe ao viaduto da A44 e torna a entrar na auto-estrada e se julga digno de o fazer sem ceder passagem.
Mas, adiante, esta semana (olvidada da questão dos transportes), saía de casa e pensava: "Xiii, tantos carros na rua! Julguei que só ia para o trabalho a esta hora gente masoquista!" Mas lá seguia a minha viagem, até que via carros em desordem total, gente que dava piscas para um lado e virava para o outro, carros que me apareciam caídos do céu certamente, gente desgrenhada em frente ao volante como se não fosse normal este hábito madrugador, crentes que "comem" literalmente duas vias de trânsito, um homem que deixa o carro "ir abaixo" na auto-estrada, e um outro que faz o mesmo num total de 4 vezes ao estacionar o carro num lugar onde seguramente cabiam dois carros... vá, dois e meio. Pensei cá para comigo: "Xiiiiii, parece Domingo!" E depois de uma breve epifania (Ei, greve dos transportes) e de um soligismo sofocliano:

Gente que não sabe andar de carro anda de transportes públicos
Há greve nos transportes públicos
Logo os aselhas saem à rua...

Explicado o mistério, continuei as minhas viagens diárias tentando escapar ao maior número de mulheres entaladas no volante, homens desgrenhados, carros a 50km/h e condutores com problemas de orientação espacial e lateralidade, que insistem em ocupar duas faixas no meio da indecisão.
E no meio de todo este caos, pensar positivo é lembrarmo-nos que, apesar de tudo, não vi carros virados do avesso.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Singularidades de uma rapariga Morena:)

Sei que já é tarde para as resoluções de ano novo, mas, como já diz o povo: "mais vale tarde que nunca". Com base neste preceito, achei que não seria tarde demais para ler... sim, adoro ler e tenho uma prateleira de livros com os quais me vou comprometendo, mas nunca lei. Folheio, leio as primeiras páginas, mas nunca chego ao fim... foi o que aconteceu ao "Ano da Morte de Ricardo Reis", à "Cidade e as Serras", etc.
Fala-se na necessidade da leitura, mas o tempo que urge, o cansaço que abala a vida diária e que tenho a certeza que nos toca a todos, por vezes não nos permite o afago e o ócio da leitura de um bom livro, por isso, tomei esta resolução: acordar cedinho, vir para a escola e, enquanto tomo o meu cafezinho, leio um pedaço de livro:) Qual foi o eleito? Os "Contos", de Eça de Queirós e claro que comecei com "Singularidades de uma rapariga loira".
Esta necessidade surgiu na sequência de uma formação de leitura a que assisti no passado Sábado e nesse mesma, recordei-me de um poema fantástico que aproveito para partilhar... nunca se sabe se o bichinho da leitura pega:)


Falta um combate ainda o decisivo.
Ganhei quantos perdi, porque resisto.
Mesmo cansado e mutilado, existo,
Num vitalismo cósmico ostensivo.

Filho da Terra, minha mãe amada,
É ela que levanta o lutador caído.
Anteu anão,
Toco-lhe o coração,
E ergo-me do chão
Fortalecido.

Mas há fúrias hercúleas contra mim:
O tempo, a morte, e o próprio desencanto
De viver ...
Pode, porém, ainda acontecer
Que, mesmo nessa hora, a consciência
Negue, de frente, a própria violência
Que me vencer ...

Miguel Torga
Câmara Ardente

terça-feira, 20 de abril de 2010

Porquê o silêncio...?

Porque o silêncio é sempre melhor... porque o silêncio não nos agride, não nos relembra, não nos repreende, não nos acusa, não nos toma o tempo em gritarias... porque é mudo... o silêncio. Porque o silêncio nos cinge o pensamento e no silêncio e no espaço que nos afasta, temos tudo o que precisamos para ser gente inconsciente. Porque no silêncio e no afastamento que nos toma, as palavras não são necessárias e as contingências que nos obrigariam a ser cordiais se desvanecem, colocando-nos num ponto bem baixo nas nossas expectativas. Porque o silêncio afasta a claridade, afasta o som das gargalhadas, o tumulto da nossa impaciência e torna as emoções ambivalentes, existem, afirmamos possuí-las, trasnportamo-las bem dentro do nosso coração (dizemos)... mas não sabemos demonstrá-las...(não sei bem onde as guardei) porque num silêncio que não é apaziguador, as amizades não se falam... e na indiferença de um olhar, não há laço que resista incólume...

terça-feira, 13 de abril de 2010

A essência da verdadeira felicidade

À medida que o tempo por nós passa, não cresce apenas a idade, mas a plena consciência de que a vida é feita de altos e de baixos e de que essa oscilação é que nos torna verdadeiramente felizes. E porque só há pouco soube o que a verdadeira felicidade é, decidi partilhar:

Não é conseguir melhor do que os outros, mas conseguir o melhor que pudermos;

Não é ter mais que os outros, é ter o que é suficiente para nos sentirmos bem connosco;

Não é ter a aprovação dos outros, mas sim a nossa própria aprovação;

Não é sermos valorizados pelo que fazemos, mas pelo que somos;

Não é ser amado por todos, mas por aqueles que significam tanto para nós;

Não é ser lembrado por aqueles com quem estamos sempre, mas por aqueles que raramente são brindados pela nossa presença e ainda assim, não a esquecem;

É ser-se amado por aquilo que verdadeiramente se é;

É ser-se plenamente feliz com o que se tem, por menos que isso signifique... porque muitos há que vivem na abundância e não sabem saborear a verdadeira essência da felicidade. E essa essência reside, por vezes, na simplicidade de um sorriso.


Charles Schulz (1922-2000)

terça-feira, 23 de março de 2010

E quando...

...o dia nasce cinzento e por mais que o tentemos colorir, as cores são pálidas demais para conseguirmos afastar as nuvens que insistiram em tapar o sol?

- Pedimos que logo, logo chegue a amiga lua e nos transporte para lá dos sonhos, onde pintamos a tela à nossa maneira. E nestes dias podemos pelo menos ficar gratos por três sorrisos bem rasgados que dissolvem toda a mesquinhez, todo o espírito desumano, toda a falta de companheirismo que diariamente nos atacam...

segunda-feira, 15 de março de 2010

A brecha da parede

Ia agora roubar as chaves que te trancaram o coração e nem sei por onde começar a procurá-las. Da última vez que as peguei, tinha-las colocado no lugar que combinámos, debaixo do tapete da entrada para a tua alma e nem a lua, que era nossa cúmplice, sabe mais onde a escondeste. Procurei no caminho que traçaste com a mente e perdi-me nos mapas que desenhaste. Olhei o horizonte e entrei em morada incerta, naquele local escuro que decidiste esconder de mim… amedrontada, pé ante pé, analisei aquele pavimento e as brechas do chão e das paredes que te consumiam… encontrei a chave, não a escondeste afinal, sempre esteve aqui, na morada que escondeste de mim. Agora que passei por aquela porta pesada e que presa à maçaneta enferrujada reflicto… sei que juntos podemos arrumar este cantinho, mantê-lo confortável e pendurar lá as chaves, para que todos os que anseiam, possam visitar o coração que encerras no peito.


domingo, 7 de março de 2010

Quando a vida não nos passa ao lado

Tal é a azáfama, caos e ansiedade que enfrentamos nos dias que correm, que muitas vezes a vida nos passa ao lado... faz-nos recordar o comboio que passou no apeadeiro apressado para a gare seguinte. Escapam-nos segundos, minutos, horas desta vida que dizem ser tão curta e efémera e por vezes estamos tão exaustos e centrados em nós mesmos que decidimos não espremer o que o suco que o dia nos podia ainda ofertar. Na consciência de que estava repetitivamente a cometer estes erros, aceitei o convite de uma grande amiga: "anda ver o "Noiserv" no auditório do Teatro Popular de Espinho!" E assim foi, tirei o namorado com mobilidade reduzida de casa, e depois de um cachorro e cheescake lambareiro em muito boa companhia, foi hora de música.

Foi uma das experiências mais tranquilizantes e libertadoras dos últimos tempos que não têm sido fáceis. O Projecto Noiserv, encabeçado por David Santos assenta numa musicalidade muito primitiva e simultâneamente celeste, a música, por si só, transporta-nos a um imaginário muito específico e quando acompanhada de ilustração em tempo real, ainda mais especial esta experiência. Fica aqui um testemunho e ainda umas fotos recambolescas tiradas com o telemóvel.









quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Decidi

... virar-me sociapata...

:)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Chapéus há muitos

Uma vida atarefada e uns quantos imprevistos têm marcado o meu afastamento deste nosso local de encontro...

Depois desta semana procurei saber a origem de expressões como "Amigos de Peniche": "Reza a lenda que a expressão provem da altura das invasões napoleónicas, pois durante o cerco da cidade de Lisboa, as gentes de Peniche prometeram tentar chegar ao Porto por mar de forma a fazer desembarcar víveres, mas nunca apareceram, na verdade, parece que nem tentaram e as pessoas do Porto cada dia desesperavam mais pelos "amigos de Peniche". (fonte:http://apeedpedroiv.no.sapo.pt/expressoescuriosas.htm)
Apercebi-me de que tenho muitos destes amigos...

Se bem que não era muito a favor da expressão: os bons amigos destacam-se na hora do aperto, venho a dar razão. Não há altura alguma, a não ser nos dias em que necessitamos de partilhar a nossa felicidade com alguém, que saiba tão bem uma palavra amiga. Depois de uma semana de trabalho dura, marcada por uma constipação, uma contractura muscular e do namorado internado, cheguei à conclusão que cada um de nós anda demais preocupado com a sua própria conduta, com as suas futilidades e o próprio bem estar para se lembrar do altruísmo que tanto marcou o povo português... Mudámos, somos alienados, fechamo-nos nas próprias necessidades, cortámos os laços que nos uniam para dar lugar ao nosso próprio conforto e de humanos, cheios em emoções, passamos a animais preocupados com os primeiros instintos. Somos demais egoístas para olharmos para o lado e por vezes envergonho-me por pertencer a esta geração... Nunca mais esquecerei as palavras do professor Miranda depois do percurso académico: a vida não é só isto, há que viver momentos felizes e acima de tudo virar o pescoço e olhar para o lado... acho que já virei o meu demais e afinal, os torcicolos só têm sobrado para mim. A todos os que perguntaram... muito obrigada, bastou uma palavra... sempre melhor que a indiferença...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O emprego ideal

Não há escola ideal, não há pessoas perfeitas nem destinos utópicos, mas nesta vida meio cor-de-rosa assombrada de cinzento, de quando em vez, é sempre reconfortante saber que, pelo menos, há um emprego para o qual nascemos e depois dos meus instintos me terem dito que não à proposta anterior, estou na educação especial, a fazer o que gosto a adaptar tudo desde estratégias, actividades, objectivos às necessidades de cada um daqueles pequenotes com quem tenho o prazer de partilhar o espaço e o curto tempo que nos une.

Afinal Susana, tinhas razão: "quem espera sempre alcança."

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Educação

Liguei à escola e, apesar de terem sido extremamente simpáticos, deram-me o conhecido sermão do: "no meu tempo também tive de fazer sacrifícios" (mesmo sabendo que esta afirmação se torna quase jogralesca, pois sabemos que muitos dos actuais professores "da mobília", estariam um ano ou uns meses em substituição ao lado de casa e no ano seguinte até já podiam escolher... quais saltimbancos dos dias de hoje)? Mas sabem que mais? Estou cansada de ser escrava desta sociedade, de fazer sacrifícios, no mínimo infrutíferos, para leccionar um mês e horários que nenhum outro professor quis dar. Eu sei que não vou encontrar o horário perfeito, nem a escola perfeita e, talvez por esse motivo, esteja tão empenhada no tempo que me sobra para ser eu, e não a professora, para ser a amiga, para ser a filha, para ser a namorada e para ser a pessoa que sempre quis ser e que, graças a Deus, tenho vindo a ser. Estou farta de ter sido a melhor aluna, brilhante a tudo e não me apetece renegar às pessoa que viram o meu valor como professora de educação especial e acreditaram em mim, por isso, não vou procurar o horário nem a escola perfeitos, mas a escola que me oferecer um horário de educação especial e que, mesmo assim, me dê tempo para ser quem eu sou. A profissão é importante, e tenho vindo a abdicar de muito pela minha carreira, mas não devemos nunca permitir que esta nos tome a própria identidade, as prioridades e as necessidades básicas e emocionais... E quem quiser, que compreenda...

Confissões (estas sim) do umbigo

Quando se é professor, para além de uma vida extenuante, é possível conhecerem-se realidades que se desconheciam até aí. Eu, por exemplo, para além de um enorme nervosismo que tento controlar, tenho ataques de pânico sempre que o telemóvel toca e tenho de me apresentar ao serviço. É difícil, para muitos de nós, termo-nos esforçado muito para alcançar a devida formação e ainda mais duro é enfrentar uma das profissões mais exigentes e simultâneamente, uma das mais subvalorizadas no País em que vivemos. Custa muito, horrores, não saber como vai ser o ano seguinte e custa mais ser contratado, a iminência do pensamento negativo, da dúvida que se impõe, apesar de tudo, seremos capazes de fazer o que nos propusemos?
Hoje fui chamada para uma oferta de escola de Português, relativamente perto, a 30km, um horário completo e misto a levar a cabo durante uma substituição temporária de um mês. Não me senti excitada, muito pelo contrário, senti medo e frustração, porque depois de uma pós-graduação tão bem sucedida e um doutoramento iminente, daria tudo para estar na Educação Especial. No entanto, gosto de ser professora de Português, sim, mas tenho medo e tentem, no vosso âmago, juntar emoções tão contraditórias e destrutivas como a paixão pela arte e o pânico, a insegurança de poder não estar à altura. Juntando a todo este turbilhão de sentimentos, um horário com espaços de 6h entre aulas, que me obrigaria, em pelo menos 3 dias da semana, a permanecer na escola cerca de 10h, dois desses dias, com aulas no horário nocturno e apenas uma tarde livre (visto que faria directas entre turnos na escola, pois a gasolina está cara para todos). E, por fim, visto que a substituição da professora faltosa não é apenas visível através do horário exaustivo, a compensação das aulas do nocturno. Se juntarmos a isto a adaptação a um mundo novo, a uma cidade nova, a alunos novos... o pânico tomou conta e não demorou muito até carregar no botão "desistir" e aqui estou eu, novamente, à espera do que há-de vir.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Friends will be friends...

A amizade é um daqueles relacionamentos que, ao longo da vida, se tornam mais importantes. Quando o amor familiar e a paixão se mostram constantes, este é o relacionamento que vamos cativando e preservando à medida que o tempo passa. Os amigos que se mantêm, apesar dos defeitos de cada um e das arduras da vida, acabam por ser parte de nós, tanto quanto a família.
Já um professor que admiro muito dizia: a amizade é um negócio, "é preciso dar e receber." E é verdade, quem não se reviu já numa amizade unilateral? Em que não medimos esforços, mas nada parece ser recíproco? Manter esse tipo de relacionamento é duro, mas com um pouco de esforço, nada se torna impossível. O mesmo professor citava, nas aulas de Literatura Portuguesa, Oscar Wilde: "Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada." A inveja é um dos sentimentos humanos mais comuns, tão natural como o amor e o ódio, mas controlá-la tem que ver directamente com os laços que estabelecemos com os que nos rodeiam, quando o amor supera a nossa própria necessidade de sucesso e bem-estar, sentimo-nos felizes com a felicidade dos demais. Quantas amizades não sofreram já deste mal? Jean Cocteau concorda, pois afirmou: "A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe." Por fim, algo que destrói muitas das nossas relações é ainda a intolerância que todos parecemos ter perante a sinceridade, com a evolução da sociedade, parece que passámos para um estado de total hipocrisia e maravilhamo-nos com aqueles que apenas nos deleitam com palavras doces. Devem ser ouvidas, estas palavras doces, mas somos humanos, somos imperfeitos, erramos, magoamos, mostramos má conduta e não devemos esperar que nunca sejamos punidos ou chamados à realidade que transformámos... não seria de esperar que os que amamos nos tomassem o braço e nos censurassem? - "Fazei amigos sempre dispostos a censurar-vos", afirmava Jean Boileau.
Os Romanos da Antiguidade diziam-se exímios na arte da preservação da amizade. Um amigo representava mais do que a própria família, seria confidente, conselheiro, participaria em todos os eventos, não se diria mal do amigo ou não se permitiria que tal se fizesse, havia um voto de lealdade e a manutenção deste negócio de que fomos falando... e é por isso, que hoje, apesar de todos os facilitismos, nunca estivemos tão sós.


Fonte da Imagem: Deviantart (Social Disaster)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"Rai's partam...!"

Ora bem, se ao nível dos relacionamentos interpessoais e dos estudinhos as coisas correm bem, não posso dizer o mesmo do resto... Emprego, nem vê-lo (deve ser o desespero, porque concorri a OEs e ainda nem sequer estão em análise, stressada). Decidi ir para Londres e parece que pressinto que o meu avião nem sequer vai levantar voo ou, na pior das hipóteses, vou morrer congelada nas terras de el' rainha D. Isabel:)

A minha Endocrinologista decidiu "dar o giro", como se diz na gíria (que trocadilho giro) e estou com a minha tiróide doidinha. Como se não bastasse, vou ter de ir a um novo médico, contar as minhas trágicas memórias de uma experiência "beira-morte" com a Doença de Graves até uma tiróide preguiçosa que decide reter líquidos, já para não falar dos 70€ que vou desembolsar de uma só vez para pagar a consulta.

Os meus óculos partiram-se, outra vez, mas como estou a ver se me encosto à ADSE para comprar uns novos, lá foram reparados, pela 2.ª vez, com acetona (que era algo que desconhecia mas que o meu namorado faz muito bem : "Melhor que Super-cola3" - diz ele muito satisfeito).

Por fim, tenho a tecla de Caps Lock estragada, liguei à assistência técnica da Toshiba e só me substituem o teclado e não apenas uma tecla, e pelo serviço exigem-me a módica quantia de, nem mais nem menos (agora parecia mesmo o António Sala) 72€.

Depois de tudo isto e por mais fútil que pareça o pensamento, deu-me um certo alento ir-me pesar e descobrir, que apesar das guloseimas de Natal, da caldeirada, dos Doritos, da Lasanha do Continente e da Coca-cola, engordei 400g... Yupiiiiii!:) Nem tudo corre mal e eu e a minha carteira estamos a ficar proporcionalmente leves:)



Created by Charles Schulz.

Querer é poder

Já dizia o Tim, faz algum tempo, que "querer muito é poder", mas por mais que goste dos Xutos, Ó Tim, estás muito enganado rapaz! Porque eu até quero muito, não é pouco, é mesmo muito porque programo meu cérebro para pensar em coisas que quero em intervalos de 30 segundos! Não sou muito dada a religiões e peço muito! Penso, quase todos os dias, que vou conseguir e nada me pára... mas só se o sucesso não for muito imediato... que eu, que até nem gosto de uvas passas, engoli as doze num ápice na passagem do ano e contei os desejos pelos dedos para não me enganar... mas já lá vai uma semana e começo a ficar aborrecida:) hihi Mas não se pode ter tudo e há mesmo presentes maiores... E o ano já começou com uma reconciliação, o que é um óptimo augúrio... :)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Where the wild things are

Por artes mágicas, já vi este filme. Embora muitas críticas que pude ler na Internet afirmem que é um autêntico atentado ao livro que está na origem do seu argumento, como não o li, julgo que a minha opinião será um pouco pura. E, apesar de um pouco monótono em algumas partes, este filme é, no mínimo, ternurento. Fez-me recuar ao imaginário dos verdadeiros filmes infantis, os de "antigamente", recheados de carga emocional. Bem, eu gostei muito e puxou a lagriminha do costume:) Para todos os que ainda têm "um ser pequenino" dentro de si, aconselho.
Fica o trailler acompanhado de uma música bem adequada à temática: "Wake up", dos Arcade Fire.


"Imagine"

Este vídeo foi enviado para o email comum da minha turminha da Especialização em Educação Especial (e não podia ser mais adequado) e acho que devo partilhar com os poucos que ainda me vão lendo:) A música não requer apresentações, é o hino à fraternidade de John Lennon e, para mim, uma das músicas mais envolventes e enternecedoras de sempre - "Imagine". O coro composto por surdos (ou até alguns actores a interpretarem surdos, não sei) e pelo cast da série Glee que eu sigo na Fox life e que também aconselho.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano novo...

Passado o primeiro dia do ano, agora que o silêncio da noite me deixa ouvir os meus pensamentos ecoarem, reflicto, nostálgica, no ano que passou, nas vivências que deixei para trás. Tantos os sonhos que pedimos num ímpeto só, à efémera contagem das doze badaladas, por superstição, não vá o diabo tecê-las e numa razão irracional de segundos, uma qualquer divindade ou seja lá quem nos comanda o destino, ouve os desejos secretos de milhões de nós... prefiro julgar que é isso que acontece, que vai apontando um a um os nossos desejos. Pena que, dado o excesso de informação, nem todos os desejos se cumpram... ficam para trás, ano a pós ano, os sonhos que não nos são oferecidos pela Parca cansada que tece o nosso destino, ou que simplesmente são adiados uma vez mais, porque vivemos numa roda viva e a vida sofre mutações indefinidamente e que não podemos controlar. Recordo o ano de 2009 como um ano rico em sonhos, em expectativas e em concretizações. Um ano de realização profissional, um ano de reconhecimento do nosso valor, o ano em que permanecemos apaixonados, uma vez mais, o ano de desilusões... O ano em que sorri a amigos que julgava não voltar a rever. E apesar do cansaço da viagem, um ano tão feliz que, ao entrar em 2010, consigo ainda ouvir os ecos e rever os sorrisos que foram marcando o caminho de um ano difícil, em que mal houve tempo para respirar, mas que, mesmo sem fôlego, nos fez muito felizes. A todos, um 2010 repleto de sonhos e de concretizações.

Fica uma musiquinha de que gosto... enjoy:)