segunda-feira, 14 de junho de 2010

Andanças

Tem sido tão pouco o tempo que me resta para este pequeno luxo que é escrever neste espaço. Até me chega a entristecer o corropio da vida que nos toma e que não nos deixa tempo para sermos nós, para amarmos quem nos ama, para corrermos atrás daquilo que anseamos. Mas todo este corropio acaba por ser positivo também, valozrizamos muito o que fazemos, valorizamos o pouco tempo que nos resta, valorizamos os que amamos e o tempo que podemos dedicar a estes pequenos afazeres.

Pouco tenho falado, mas este ano já tive a oportunidade de assistir a um concerto memorável, o dos Metallica, no Parque das Nações. Foi muito bom de facto e apesar da idade / experiência, nada deixaram a desejar, desde a musicalidade até à voz de James Hetfield e a presnça de todos em palco que tiveram de se desdobrar num palco "360º". Esta foi a primeira vez que tive oportunidade de assistir a um concerto neste recinto e esse foi o único aspecto que deixou algo a desejar. A acústica é horrível e o facto de o palco ser redondo e os músicos se movimentarem pelo mesmo, só piorou a situação. Havia um eco constante que pertubava o decorrer do espectáculo.









No próximo fim-de-semana segue-se uma visita a Viseu, depois a presença já confirmada nos três dias dos festivais "Optimus Alive" e "Marés Vivas". Vou dando notícias.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Verdadeiramente livres

Sinto saudades dos tempos em que corríamos incessantemente por essa areia pura, amiga desse mar repleto de ondas num vaivém frenético. Olhávamos para trás observando, sôfregos ainda, o itinerário complexo que marcáramos e que as ondas ainda não haviam apagado. Oiço o som daquele mar ondulante, bravo e selvagem, como outrora fomos, e na minha mente apenas ecoam as gargalhadas dos tempos em que realmente éramos felizes. A liberdade apossara-se de nós e medo algum nos intimidaria de tomar as decisões que hoje nos parecem tão difíceis e insolúveis.

Quero tornar a deixar os meus pés descalços tocarem essa areia pura, quero voltar a sentir que a leveza do que somos e a pureza que nos preenche é suficiente para habitarmos este planeta que nos acolheu nús e vazios de todos os preconceitos que hoje nos corrompem.

Quero acreditar que o amor que sentimos é mais que suficiente para podermos ignorar os vícios que nos tomam e que nos obrigam a sermos vulgares, iguais a todos os outros, indiferentes e dependentes de todas as convenções que nos rodeiam, e voltarmos a ser assim... verdadeiramente livres... apenas nós... sermpre e unicamente tão especiais...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O que viste tu no teu caminho?

No reta final do caminho que nos restou para percorrermos juntos, as nossas palavras foram ficando cinzentas, as mãos ganharam espinhos e os corações mal ecoavam nos peitos que erguíamos como se fossem muralhas. O caminho foi ficando cada vez mais apertado e sinuoso... incapazes fomos de continuar a percorrê-lo juntos. Os olhares também mal se tocavam e fomos obrigados a escolher, cada um, o seu trilho... no meu, toquei as verdejantes ervas daquele campo que atravessei na ânsia de te encontrar no final. Vi as vidas resplandecerem naquela natureza inequivocamente bela, vi o brilho das águas que sobravam dos dias de chuva, em pequenas poças onde podia ver o meu reflexo. Caminhei incessantemente até o cansaço me tomar, tropecei vezes incontáveis sem me deixar porém demover. Ergui-me vezes sem conta perante os obstáculos que persistiam. Recolhi-me nos recônditos espaços para repousar o meu espírito inquieto por te rever... já não nos olhávamos como antes, já nem nos falávamos e a coexistência era pautada pela indiferença... Oxalá o caminho nos tenha transformado...
Corri o mais depressa que pude para te tornar a abraçar, mas no fim dos nossos trilhos, no passo em que julgávamos poder cruzar-nos, apenas encontrei as pegadas que deixaste para trás... Mas afinal, o que viste tu no teu caminho?