segunda-feira, 15 de março de 2010

A brecha da parede

Ia agora roubar as chaves que te trancaram o coração e nem sei por onde começar a procurá-las. Da última vez que as peguei, tinha-las colocado no lugar que combinámos, debaixo do tapete da entrada para a tua alma e nem a lua, que era nossa cúmplice, sabe mais onde a escondeste. Procurei no caminho que traçaste com a mente e perdi-me nos mapas que desenhaste. Olhei o horizonte e entrei em morada incerta, naquele local escuro que decidiste esconder de mim… amedrontada, pé ante pé, analisei aquele pavimento e as brechas do chão e das paredes que te consumiam… encontrei a chave, não a escondeste afinal, sempre esteve aqui, na morada que escondeste de mim. Agora que passei por aquela porta pesada e que presa à maçaneta enferrujada reflicto… sei que juntos podemos arrumar este cantinho, mantê-lo confortável e pendurar lá as chaves, para que todos os que anseiam, possam visitar o coração que encerras no peito.


Sem comentários: