quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Educação

Liguei à escola e, apesar de terem sido extremamente simpáticos, deram-me o conhecido sermão do: "no meu tempo também tive de fazer sacrifícios" (mesmo sabendo que esta afirmação se torna quase jogralesca, pois sabemos que muitos dos actuais professores "da mobília", estariam um ano ou uns meses em substituição ao lado de casa e no ano seguinte até já podiam escolher... quais saltimbancos dos dias de hoje)? Mas sabem que mais? Estou cansada de ser escrava desta sociedade, de fazer sacrifícios, no mínimo infrutíferos, para leccionar um mês e horários que nenhum outro professor quis dar. Eu sei que não vou encontrar o horário perfeito, nem a escola perfeita e, talvez por esse motivo, esteja tão empenhada no tempo que me sobra para ser eu, e não a professora, para ser a amiga, para ser a filha, para ser a namorada e para ser a pessoa que sempre quis ser e que, graças a Deus, tenho vindo a ser. Estou farta de ter sido a melhor aluna, brilhante a tudo e não me apetece renegar às pessoa que viram o meu valor como professora de educação especial e acreditaram em mim, por isso, não vou procurar o horário nem a escola perfeitos, mas a escola que me oferecer um horário de educação especial e que, mesmo assim, me dê tempo para ser quem eu sou. A profissão é importante, e tenho vindo a abdicar de muito pela minha carreira, mas não devemos nunca permitir que esta nos tome a própria identidade, as prioridades e as necessidades básicas e emocionais... E quem quiser, que compreenda...