quinta-feira, 18 de setembro de 2008

História Antiga e Percursos Queirosianos (12/03/2007)

Eram sete horas da manhã do dia 28 de Fevereiro, a cidade do Porto ainda dormia e poucos eram os que se atreviam a entregar-se ao frio da madrugada. Porém, a essa hora e, neste dia em particular, a Rodrigues de Freitas via a sua fachada a ser povoada por alunos e professores com um destino especial: Lisboa.
Eu e a Sara tínhamos aceitado o simpático convite da Professora Isabel Vaz para acompanhar a nossa turma de Latim, o 10º E, numa visita ao Núcleo Arqueológico do Milenium BCP, na Rua dos Correeiros, à Lisboa vista por Eça de Queiroz e ao percurso de Carlos da Maia por Sintra. Não hesitámos e partimos, num dia que nascia cinzento, para a Capital
Parámos pela primeira vez em Pombal, numa estação de Serviço e o tempo teimava em não mudar, as nuvens escuras e a chuva eram já uma constante e até mesmo um pronuncio do que aquele dia iria ser.
De facto, chegados a Lisboa, já fora das horas combinadas, vimos o nosso receio confirmado: chovia e fazia frio, tal qual um verdadeiro dia de Inverno e víamo-nos obrigados a galgar algumas partes da cidade a pé de mochilas às costas, visto os autocarros não poderem lá aceder.
Eis que, depois de uma breve caminhada pelo Chiado acima, chegamos ao Núcleo Arqueológico de Milenium BCP, onde fomos muito bem recebidos.
Ficámos a perceber que, durante as escavações na construção de uma garagem para o banco, foram encontrados diferentes níveis de ruínas que correspondiam à ocupação daquele território por diversos povos, desde os Etruscos, aos Romanos, passando até pelo período posterior ao terramoto de 1755. Foi de facto muito interessante a visita, pudemos ver muralhas de habitações Etruscas e Tanques do tempo da Romanização, que eram utilizados a proveito da actividade piscatória, característica de uma zona litoral como é aquela. Foi-nos possível também ver vários utensílios utilizados pelos Romanos naquela actividade e não só, também objectos pessoais que foram perdidos nas areias dos tempos, tais com ganchos de senhoras, anéis e até mesmo algo que não é comum encontrar: um esqueleto humano.
Saímos do Núcleo e as condições meteorológicas haviam piorado e caminhámos novamente até ao ponto de encontro: a Confeitaria Suíça. Porém, o resto do grupo, que tinha ido visitar o Teatro Nacional de S. Carlos, atrasara-se. Decidimos então seguir para os Armazéns do Chiado, para podermos almoçar num sítio abrigado e, às 14h.30m. apanhámos o autocarro no Terreiro do Paço seguindo então para Sintra, onde nos haviam prometido uma visita guiada ao Castelo de Seteais, ao Palácio da Vila e ao Palácio da Pena… Mas chegados lá, para além de uma Professora que serviria de guia, esperava-nos uma chuva torrencial e a nossa visita ficou reduzida a uma comunicação acerca da história de Sintra escutada, mais ou menos de forma atenta, na escadaria do Palácio da Vila.
A chuva entretanto parou e pudemos vaguear um pouco pelas ruas e vielas da cidade antiga de Sintra, que se erguia sumptuosamente pela encosta da serra. Foi, sem dúvida, o momento mais divertido da visita e foi também neste pequeno devaneio que tivemos a possibilidade de provar os doces sabores das queijadinhas da “Piriquita” e dos travesseiros de Sintra.
Eram já 17h.30m. e chegara a hora de embarcarmos nos autocarros e nos despedirmos daquela cidade que, de forma tão fugaz nos vira ali aparecer. Começámos então a viagem de volta, primeiramente ao som da euforia natural dos alunos e depois num cansaço quase geral, que obrigou a maioria a cerrarem os olhos por instantes.
Apesar de todo o mau tempo e das pressas a que este nos obrigou, a visita foi enriquecedora, não só ao nível cultural, mas também ao nível pessoal, pois, pela primeira vez, tivemos a oportunidade de conviver com professores, com os nossos alunos e até com alunos que desconhecíamos até então, num contexto bem mais informal que o da escola. Ficam então memórias da nossa primeira visita de estudo como professoras…:)









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